Edição de “A montanha que devemos conquistar” da Boitempo Editorial, lançada em 2014.

[Nota do editor] Em 2015 István Mészáros concedeu uma entrevista a Leonardo Cazes para o jornal O Globo por ocasião da divulgação de seu livro “A montanha que devemos conquistar: reflexões acerca do Estado“,  no jornal a entrevista apareceu apenas parcialmente sendo publicada na íntegra pela Boitempo Editorial a pedido do autor que também pediu que ela fosse inserida no apêndice da obra.

Acesse aqui a entrevista na íntegra no Blog da Boitempo Editorial

[Trecho da apresentação] No contexto do lançamento de seu novo livro, A montanha que devemos conquistar: reflexões acerca do Estado, o filósofo marxista húngaro István Mészáros concedeu uma longa entrevista a Leonardo Cazes para o jornal O Globo, em que discutia alguns aspectos centrais da obra, como sua concepção de Estado, de democracia e da crise estrutural do capital, à luz de alguns dos protestos e mobilizações políticas que vêm se alastrando mundo afora.

Confira alguns destaques da entrevista

“a estrada que devemos seguir para garantir nossa sobrevivência e nosso avanço está bloqueada por um obstáculo gigante (…) representado pelo poder de decisão global do Estado. E não podemos dar a volta nessa montanha, nem passar por cima dela. O perigo de fato consiste em que alguns poucos Estados nacionais têm o poder de destruir a humanidade inteira, um poder zelosamente defendido por eles como sua “segurança” e “autodefesa” nos seus confrontos, reais e potenciais, uns com os outros. E, enquanto os Estados e a sua necessária rivalidade sobreviverem, a esmagadora maioria da humanidade não pode fazer absolutamente nada contra isso. Nada pode ser mais absurdo do que isso.”

“A ideia de que, na tentativa de superar as desigualdades estruturalmente arraigadas e saná-las de uma forma duradoura, as pessoas poderiam usar a “sociedade civil” contra o poder do Estado é extremamente ingênua, para dizer o mínimo.”

“O Estado é a estrutura política global de comando do sistema do capital em qualquer uma das suas formas conhecidas ou concebíveis. Sob as condições atuais não pode ser de outra maneira. É por isso que a ordem social reprodutiva do capital é antagônica ao seu núcleo e precisa da problemática função corretiva do Estado para transformar, num todo coeso, as partes constitutivas em conflito do sistema, na sua incurável centrifugalidade.”

 

LInk para a versão publicada no jornal O Globo

 

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